Naturezas-mortas, jardins ingleses, ambientes domésticos, marinhas e desertos. Ao longo de sua produção, a artista explorou, através destes temas, o manejo de cores e formas que materiais como a têmpera, o pastel, o óleo, o grafite e o carvão lhe permitiam. Os campos de cor que preenchem os elementos de suas composições evidenciam sua estrutura através das pinceladas ou dos traços em paralelo que os compõem, transparência de um fazer que se traduz também no uso da perspectiva – quando a representação de alguns objetos mostra-se fiel a um ponto de fuga ao mesmo tempo em que a de outros ignora-o completamente, reduzindo-os a formas geométricas planificadas.

Koch permite aos seus jarros de flores que flutuem no espaço e que o chão e o teto se distanciem apenas pela cor. Seus estudos em grafite nos mostram que sua preocupação não centrava-se somente na cor, mas também no arranjo das geometrias – das linhas e superfícies – e no balanceamento de tons que o lápis lhe permitia explorar através das intensidades do traçado.

Eleonore Koch é uma das figuras mais importantes que surgiram na arte brasileira na segunda metade do século XX. Frequentemente mencionada como discípula de Volpi, Koch possuiu uma formação bastante diversa, através de professores artistas como Yolanda Mohalyi, Samson Flexor, Bruno Giorgi, Elisabeth Nobiling e Arpad Szenes e também de suas temporadas de estudo e trabalho fora do Brasil, em Paris entre 1949 e 1951 e em Londres entre 1968 e 1989, onde admitiu ter sofrido grande influência da pop art britânica, através do trabalho de David Hockney.

Eleonore Koch participou da V, VI, VII, VIII e IX edição da Bienal de São Paulo e da 2ª, 3ª, 4ª, 5ª e 6ª edição do Salão Paulista de Arte Moderna, na Galeria Prestes Maia. Entre os anos de 1960 e 1980 participou de exposições no Museu de Arte de São Paulo (MAM-SP) e no Museu de Arte Contemporânea (MAC-USP). Durante os vinte anos que viveu em Londres, suas obras foram apresentadas nas galerias: Portal Gallery (1970), Rutland Gallery (1972, 1976, 1982), Campbell & Franks Fine Art (1978) e Barbican Art Gallery (1983).