Flávia Ribeiro

1954 - São Paulo, Brasil
2023 - São Paulo, Brasil

Flávia Ribeiro examinava, em seus trabalhos, as possibilidades plásticas e simbólicas da matéria. Seu processo, insistente no dissecar dos objetos até que se revelassem suas estruturas básicas, parecia seguir a cadência dos mantras, esses que se sustentam pela ordem da repetição e do movimento circular. O círculo, aliás, era uma das formas frequentes nos trabalhos de Ribeiro — ele podia até saltar do plano e, sob a ação do gesto da mão, levar suas marcas, ganhando a estatura de uma esfera irregular. O bronze, o látex, o estanho, a cera, madeira, gesso e veludo surgiam no trabalho da artista muitas vezes em situações de contraste, quando, por exemplo, um tecido bem fino repousava sobre uma base de gesso ao mesmo tempo em que sustentava esferas de bronze escurecido, revelando ao observador o vigor das qualidades de cada objeto e potencializando seu apelo tátil. O corpo, portanto, transferia uma parte de si às peças no momento em que eram criadas e era também convocado quando elas eram expostas — havia uma espécie de dinâmica dos encontros que se fazia pelo sensorial em seus objetos, instalações e livros de artista.

Flávia Ribeiro frequentou a Escola Brasil, no início dos anos 1970, onde foi aluna de Carlos Fajardo, José Resende, Frederico Nasser e Luiz Paulo Baravelli. Em 1978, mudou-se para Londres, onde frequentou o curso de gravura na Slade School of Fine Art. Posteriormente, em 1996, voltou a morar em Londres com o apoio da Fundação Vitae e do British Council.

Principais exposições individuais: "Mecânica", Projeto Parede, MAM, São Paulo, Brasil; "Atravessamentos", Galeria Millan, São Paulo, Brasil; "Gabinete de Leitura", Galeria Vermelho, São Paulo, Brasil; "Reliquiae Rerum", Capela do Morumbi, São Paulo, Brasil.

Principais exposições coletivas: "Oito décadas de abstração informal", Museu de Arte Moderna, São Paulo, Brasil; "O espírito de cada época", IFF - Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto, Brasil; "Ouro", CBBB - Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro, Brasil; "18° Festival de Arte Contemporânea SESC_Videobrasil", SESC Pompéia, São Paulo, Brasil; "Gravura Extrema", Centre de la Gravure et de L’Image Imprimé, Bélgica; "Entre/Aberto", XI Bienal Internacional de Cuenca, Equador; "Gabinete de Desenho", Museu de Arte Moderna, São Paulo; "Modernos, Pós Modernos, Etc", Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, Brasil; "Calming the Clouds", The Foundation 3.14, Bergen, Noruega; "Arte Cidade III", Indústrias Matarazzo, São Paulo, Brasil; "V International Istambul Biennial", Imperial Mint, Istambul, Turquia; "A Little Object", Centre for Freudian Analysis and Research, Londres, Inglaterra; XX e XXIII Bienal Internacional de São Paulo, São Paulo, Brasil.

Coleções que possuem seus trabalhos: Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil; Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro, Brasil; Coleção do Itamaraty, Brasília, Brasil; Museu de Arte Moderna, São Paulo, Brasil; Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, Recife, Brasil; CACI, Centro de Arte Contemporânea Inhotim, Brumadinho, Minas Gerais, Brasil; Instituto Figueiredo Ferraz, Ribeirão Preto, Brasil.