Gabriela Machado: pequenas pinturas

Rio de Janeiro

Abertura:
24 de setembro, 2016 / 14h–17h

Período de visitação:
24 de setembro - 10 de novembro, 2016

A artista Gabriela Machado passou 20 dias em uma residência artística nos Hamptons, em Nova York, em junho deste ano, onde se propôs a produzir uma pequena pintura a cada dia, inspirada na paisagem ao redor. O resultado deste trabalho será apresentado na exposição “Gabriela Machado – Pequenas pinturas”, a ser inaugurada no dia 24 de setembro, na Galeria Marcelo Guarnieri, Rio de Janeiro. Junto com os trabalhos produzidos em Nova York, estarão também dez obras da mesma série, feitas no Rio de Janeiro após a residência, mostrando como o lugar influencia no fazer artístico.

Conhecida por suas pinturas em grandes formatos, em que coloca painéis no chão e pinta com movimentos rápidos, andando sobre a tela, em um forte trabalho corporal, Gabriela Machado sempre produziu pequenas pinturas, mas estas foram poucas vezes mostradas ao público. “A pintura grande é uma projeção do corpo, entender aquela área e ocupá-la. A pintura pequena é mais de observação, de pulso, onde a pincelada define a pintura. A tinta, o fazer, te levam para outro lugar, definem como será aquele trabalho”, explica a artista.

Gabriela Machado, que foi convidada por Christina Macdonald para a residência artística “Further on AIR”, passava os dias em uma casa de frente para um grande lago produzindo suas obras, quase como um diário, tornando o ato de pintar algo contínuo. “Fiquei sozinha, em contato direto com a natureza, trabalhando o dia todo, tendo como inspiração a linda paisagem ao redor”, conta a artista, que chamou a série de “Hamptons”, em homenagem ao lugar. “Esta é uma exposição de reflexão”, diz.

De volta ao Rio de Janeiro, Gabriela Machado continuou pintando obras da série, também em pequenos formatos, em seu ateliê no Horto. “As cores mudaram completamente. A luz aqui é mais estourada, então as pinturas possuem cores mais fortes, como o vermelho. Lá, os tons são mais pasteis, a luz é menos intensa e é possível ver mais os detalhes”, explica a artista.

A exposição terá 20 trabalhos produzidos nos Hamptons, em Nova York, e dez produzidos no Rio de Janeiro. As pinturas da exposição serão todas em pequenos formatos, com tamanhos que variam entre 28 x 36 cm e 20 x 30 cm, e foram produzidas este ano, em tinta a óleo sobre linho.

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Criada este ano por Christina Macdonald, a residência artística Furher on AIR, sem fins lucrativos, teve inicio com a artista Gisele Camargo. Gabriela Machado foi a segunda participante do programa, que teve, ainda, o artista alemão Jan Albers e o brasileiro Bruno Dunley. “O tempo da residência varia de acordo com cada artista, com cada projeto, mas o foco são pintores”, explica Christina Macdonald, que faz parte do International Director’s Council do Guggenheim, do Board of Trustees do Parrish Museum, do Board of Trustees do Animal Rescue Fund dos Hamptons e é membro do Artistic Council do Park Avenue Armory. Ela ressalta, ainda, que a residência está localizada nos Hamptons, em Nova York, um lugar pequeno, mas que é cercado de arte, com muitas galerias e residências de importantes artistas. O espaço na casa destinado à residência foi projetado especialmente para este fim por um artista local.

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Gabriela Machado (Santa Catarina, 1960) é formada em arquitetura e urbanismo pela Universidade Santa Úrsula. Estudou gravura, pintura, desenho e teoria da arte na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Sua mais recente exposição individual foi “Things that fit in my hand”, de maio a julho deste ano, no MAM Rio. Atualmente, participa das coletivas “Em Polvorosa – Um panorama das coleções do MAM Rio”, no Rio de Janeiro, e “Projeto Auroras – Pequenas Pinturas”, em São Paulo. Ainda este ano, realizou a mostra “Bicho Solto”, na Galeria Marcelo Guarnieri, em Ribeirão Preto. Anteriormente, participou da coletiva “Múltiplos” (2015), do projeto Carpe Diem – Arte e Pesquisa, no Palácio das Artes, em Lisboa; “Para o pequeno lago verde” (2014), no Museu do Açude, Rio de Janeiro; o trabalho “Caderno” (2014), no Oi Futuro Flamengo, e a mostra “Rever”, no Paço Imperial (2012), no Rio de Janeiro.

Ganhadora do prêmio “Mostras de artista no exterior”, do Programa Brasil Arte Contemporânea, da Fundação Bienal de São Paulo (2010), em 2011 realizou a exposição “Os Jardins de Lisboa em Gabriela Machado”, na instituição Carpe Diem, em Lisboa. No mesmo ano, participou da coletiva II Mostra do Programa Anual de Exposições do Centro Cultural São Paulo. Em 2010, participou da mostra “Coisário Cassino Museu”, onde exibiu as duas obras doadas ao Museu da Pampulha através do Prêmio Marcantonio Vilaça de Artes Plásticas. Em 2009, realizou a exposição “Doida Disciplina”, na Caixa Cultural do Rio de Janeiro e de São Paulo. Em 2008, foi contemplada com o Prêmio Marcatonio Vilaça em aquisição coletiva da Fundação Ecco, Brasília.

Dentre suas exposições individuais destacam-se ainda a mostra “Desenhos”, no CCBB Rio (2002); as exposições no Centro Universitário Maria Antônia (2002), em São Paulo, na Neuhoff Gallery de Nova York (2003), e no Largo das Artes (2007), no Rio de Janeiro; e o “Projeto Macunaíma” (1992), na Funarte, no Rio de Janeiro. Das exposições coletivas destacam-se: “Desenho Contemporâneo” (2002), no CCBB São Paulo e na Caelum Gallery, em Nova York; “Novas Aquisições Coleção Gilberto Chateaubriand” (1998), no MAM Rio; a mostra no Paço Imperial (1998), no Rio de Janeiro; 1ª Bienal Nacional da Gravura (1994), em São Paulo; a mostra no Centro Cultural São Paulo (1993); X Bienal do Desenho de Curitiba (1991); Projeto Macunaíma (1992/1990), na Funarte, no Rio de Janeiro, entre outras.

O trabalho de Gabriela Machado está presente em importantes coleções brasileiras, como as de Gilberto Chateaubriand/MAM Rio de Janeiro, José Mindlin, George Kornis, João Carlos de Figueiredo Ferraz, Charles Cosac, Museus Castro Maya, Instituto Brasileiro de Arte e Cultura, Centro Cultural Cândido Mendes, Fundação Catarinense de Cultura (MASC), Fundação ECCO, do Museu de Arte da Pampulha, e do Centro Cultural São Paulo. Faz parte também da coleção da Squire, Sanders & Dempsey (Arizona, EUA), Arizona State University Art Museum (Arizona, EUA) e Ted G. Decker (Arizona, EUA).